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  • Foto do escritorBruna Alves

Vida: Embarques e desembarques

Atualizado: 5 de mar. de 2023

Li uma vez um texto sobre a relação entre a vida e a viagem de trem que me fez pensar muito sobre as pessoas que conhecemos e as relações que construimos ao longo da nossa caminhada. Tenho certeza que as pessoas embarcam e desembarcam das nossas vidas com um propósito. Tem pessoas que chegam como um flash pra fazer com que algo mude e depois elas se vão. Quem nunca conheceu alguém que aparecereu em algum momento complicado da sua vida e essa pessoa te ajudou a superar esta difícil fase, seja porque ele(a) te ajudou a ocupar sua cabeça com coisas novas e interessantes, ou porque ele(a) estava passando por um momento muito parecido e vocês conseguiram conversar profundamente, e você se sentiu ouvido(a) ou porque a pessoa foi tão querida e realmente se fez tão presente que acalmou o seu coração. Tem pessoas que possuem esse dom. Eu acredito muito que estes são anjos enviados por Deus para nos ajudar a superar momentos difíceis.

Outras pessoas chegam e ficam um pouco mais tempo, criam laços mais fortes e quando partem sentimos, elas deixam marcas, deixam um pouco de sua bagagem conosco e levam um pouco da nossa bagagem também e o que procuro sempre guardar comigo são as lembranças gostosas do tempo que passamos juntos. Elas se partem porque o tempo delas em nossas vidas terminou. O propósito delas foi cumprido e leva tempo pra entendermos e aceitarmos que isso faz parte da nossa jornada e do nosso crescimento, afinal não somos os mesmos que alguns anos atras. Crescemos espiritualmente, evoluímos e nos adaptamos à novas rotinas que nossas escolhas proporcionam e muito por conta disso algumas pessoas deixam de fazer sentido na sua vida, no seu novo eu e não há nada de anormal nisso. Se mudamos, se evoluímos, nada mais natural que o ciclo de pessoas em nossas vidas se renove, não é mesmo? Lendo assim parece fácil aceitar alguns desembarques, porém é bem difícil. Leva tempo para compreender que tudo isso faz parte da vida, mas quando você compreende o sofrimento ameniza.

E o que falar das pessoas que chegam e permanecem até hoje? Essas pessoas embarcam com suas bagagens e vão crescendo junto conosco, em sintonia com quem somos, com quem nos tornamos e ali permanecem, doando um pouco delas e absorvendo um pouco de nós.


Essa analogia faz tanto sentido pra mim que toda vez que paro pra pensar dessa forma me emociono e sinto uma paz enorme dentro de mim, pois consigo compreender e aceitar algumas chegadas e partidas, mesmo que essas partidas nos causem dor. O fato é que nunca saberemos em qual estação essas pessoas descerão e portanto nunca estaremos realmente preparados para dizer adeus. A dor da partida é individual e intransferível e cabe somente à nós senti-la, respeitá-la e superá-la.

Eu gostaria que você pensasse no desembarque do trem, não só como a representação da morte, mas, também, como o término de uma história, de algo que duas ou mais pessoas construiram e que, por motivo ínfimo deixaram desmoronar. Fico feliz em saber que certas pessoas como nós, têm a capacidade de reconstruir pra recomeçar. Isso é sinal de garra e de luta, é saber viver, é tirar o melhor de todos os passageiros.

Vou finalizar este post com a mensagem final deste texto incrível que li (Nossa vida é como uma viagem de trem) e com a foto da pintura que a minha querida vizinha Dorothy Adams fez pra mim, após saber da minha terceira perda neste início de 2023, que provam mais uma vez que Deus está em todo o lugar e ele sabe todas as coisas e portanto Ele coloca esses anjos em nossas vidas pelos motivos certos. Que façamos essa viagem da melhor maneira possível procurando em cada um o que ele(a) tem de melhor e que deixemos o melhor de nós, pois infelizmente essa é uma viagem apenas de ida e este trem jamais volta.


Agradeço à Deus por você fazer parte da minha viagem, e por mais que nossos assentos não estejam lado a lado, com certeza, o vagão é o mesmo.


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