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  • Foto do escritorBruna Alves

Festas de fim de ano de um expatriado

Então é Natal ... e também Ano Novo. O momento mais esperado por mim durante todo o ano sempre foram as celebrações e festas de fim de ano. Eu simplesmente AMO e estes sempre foram os feriados mais especiais pra mim, não só por estar bem próximos à família, celebrando o amor e a união, mas também pela oportunidade de rever o que conquistamos, quem somos e o que queremos aprender, conquistar e evoluir pessoalmente ou profissionalmente.

Por muitos anos, antes de me mudar pro Canadá, por ter pais separados desde os meus 8 anos de idade, me dividia entre estar com a minha família do lado da minha mãe em um dia e a do meu pai no outro.

Antes do falecimento do meu avô materno em 2011 costumávamos celebrar a noite de Natal na casa dos avós maternos em Piratininga em Niterói, com mamãe, minha irmã e todos os tio(a)s e primo(a)s. A nossa 'bagunça' era sempre tão gostosa! Tiveram anos que papai chegava a dar uma passada lá rapidinho, por ter um relacionamento muito bom com todos e respeitoso com minha mãe. Eu ainda sinto o cheiro daquela noite e o gosto da comida deliciosa preparada com tanto carinho por todos da família. No dia seguinte o encontro era na casa da minha Tia Beth, no campo de São Bento em Niterói, com papai, tio(a)s e primo(a)s para um almoço bem gostoso. Com o passar dos anos e os primos crescendo, namorando, ou casando e constituindo família, passamos a ter a presença dos namorado(a)s ou esposas/maridos nos eventos o que tornava tudo ainda mais especial.

Infelizmente depois de 2011 e tanto no lado da minha mãe quanto no do meu pai, os eventos passaram a não mais acontecer como antes, e o significado de Natal, de ter a família próxima, unida, passou a ficar cada vez mais distante. Com divergências familiares, passei então a ter que dividir ainda mais o tempo para conseguir ver e estar com todos, mesmo que por algumas horas, tendo que por alguns anos visitar 2 a 3 lares em cada dia. Era bem cansativo, mas fazia por amor à todos eles e era grata por ter meus familiares próximos à mim. Depois de alguns anos namorando o Bruno, a sua família também passou a contar no número de 'visitas' e confesso que foram eles que trouxeram um pouco do espírito familiar de volta à minha vida, já que os pais do Bu não são separados e toda a família costumava se reunir na casa dos meus sogros em ambos os dias. Depois que me casei, eu e Bu, passamos então e irmos juntos aos eventos, mas estes foram apenas por 3 anos já que em 2016 viemos para o Canadá e tudo mudou.

 Credit: Getty Images/iStockphoto
Credit: Getty Images/iStockphoto

Foi aí que estes feriados passaram a ter um significado diferente nas nossas vidas, especialmente por não poder ir ao Brasil com frequência muito menos nesta época onde o custo praticamente quase que dobra. Posso dizer que este período passou a ser um dos mais difícieis. É uma sensação bem estranha de solidão enquanto que o mundo inteiro parece celebrar, inclusive os nossos familiares, menos nós. Foi preciso compreender que isso passou a fazer parte da nova realidade, como a de muitas famílias que também foram em um busca de seus sonhos. Infelizmente estar longe fisicamente enfraquece as relações e os vínculos, e estar ausente dos acontecimentos ao longo do ano, das celebrações, da cultura e do dia a dia, faz você se sentir como um peixe fora d'água em muitos aspectos, por mais que utilizamos a tecnologia para tentar diminuir esta distância. A gente usa e abusa dela, mas sabemos que não é a mesma coisa. A falta do abraço, da presença, da lembrança, faz parte da vida de todos nós expatriados e da também da vida dos nossos familiares que tiveram, assim como nós, que se 'acostumar' com a distância. A diferença é que eles ainda tem todos os familiares presentes e podem abraçá-los e celebrar com eles este momento tão especial. O fato é que para toda escolha uma renúncia - e essa infelizmente é a nossa, dos expatriados, e foi preciso buscar forças para diminuir os pensamentos tristes e de despertencimento, e compreender e encontrar oportunidades de ressignificar as festas de fim de ano em nossas vidas. Ui, cheguei até a ter um arrepio ao escrever a palavra 'ressignificar', muito por conta dela estar sendo muito usada como marketing por muitos blogueiros e 'coaches' digitais, mas como ela cabe perfeitamente neste contexto, decidi mantê-la. (risos)

Durante todos estes quase 8 anos de Canadá, conseguimos resistir a distância e experimentamos diferentes celebrações, entre estar sozinhos, entre amigos, próximos ou não, na nossa casa ou em outros lares. Não temos um estilo ou modelo de celebração 'favorito', para cada existem prós e cons. O que procuramos fazer é respeitar a nossa vontade, o nosso momento e como estamos nos sentindo próximo à essas datas e decidir celebrar da forma que melhor nos completa, sem deixar as opiniões ou pressões externas interferirem na nossa decisão.

Para este fim de ano de 2023, optamos por passar o Natal e Ano Novo na presença de amigos de London e posso dizer que este foi o ano novo mais animado que já passei aqui. E quem mora no Canadá sabe como o Ano Novo por aqui é.... rs. Passamos uma virada nota 10 juntos de amigos e conhecidos, que a cidade de London nos presenteou, rodeado de energia positiva, muita comida e música de qualidade com a banda Brazilla! Valeu galera por nos receber e nos abraçar neste ano de 2023. Que 2024 sejam um ano de muitas realizações para todos nós, especialmente para nós expatriados, que mesmo de experiências e vidas completamente diferente, buscamos em comum o mesmo propósito prover o melhor para a nossa família, aqui neste país nórdico, frio e maravilhoso que é o Canadá.





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