A vida tem dessas coisas - quando Deus fecha uma porta, uma janela se abre. Só precisamos acreditar.
Em meio à tempestade fica tão difícil enxergar qualquer luz no fim do túnel e ter a esperança que dias melhores virão. Nesses momentos colocamos muitas vezes a nossa fé em risco (aconteceu comigo) e cheguei a questionar até a Sua existência.
Durante todo o período de COVID, passei por alguns momentos muito delicados, que um dia quando estiver me sentindo mais preparada conto aqui pra vocês (talvez amanha, daqui há uma semana, um mês, não sei...), e que somados ao lockdown, mudança no trabalho, solidão, perdas e mais perdas não foi possível me manter forte como sempre fui e infelizmente não consegui suportar. Tive uma crise nervosa, uma mistura de intenso estresse e ansiedade e que me fez simplesmente colapsar. Não tinha noção que passaria por aquilo... é algo silencioso, chega de mansinho. Você sente que tem algo fora do lugar, mas não sabe o que é, e vai vivendo, ou melhor dizer "sobrevivendo"?. Você se vê diferente do habitual, não tem vontade de fazer coisas básicas e simples ou até mesmo aquelas que te dão prazer. Se não for identificado e tratado corretamente, chega um ponto onde você não consegue suporta mais e tudo desmorona. É muito ruim quando isso acontece pois quando vem, chega devastando e a sensação de estar lá é simplesmente desesperadora. Passar por isso é algo que não desejo pra ninguém, portanto não deixe de se cuidar, de fazer por você e utilizar as ferramentas possíveis para se manter sã em tempos difíceis.
Terapia e meditação são fundamentais e há bastante tempo usufruo dos benefícios que elas me proporcionam e posso dizer que sem elas o buraco em que eu mergulhei, pra mim, teria sido muito mais profundo. Aprendi com o tempo que NÓS somos os ÚNICOS responsáveis pela nossa cura, pelo o que sentimos, por buscar ajuda, por tentar. Ninguém à nossa volta tem a responsabilidade e competência de resolver o que está dentro de nós, de eliminar a nossa dor, assim como ninguém à nossa volta tem o direito de julgá-la. Despejar a responsabilidade no colo alheio e gerar expectativa de que o outro deveria ter falado, que o outro deveria ter feito, que o outro deveria ter abraçado é um erro que nós cometemos. Essa responsabilidade é única e exclusivamente nossa. Ela não está em ninguém nem em lugar nenhum. Está simplemente dentro de nós, em nossas ações, em como recebemos as energias à nossa volta, em como trabalhamos e em como escolhemos sentir, abraçar e absorver tudo isso. É preciso se conhecer, se respeitar para aprender a não passar por cima de ti, do que você acredita, da sua individualidade, e das suas dores. Estou em eterno aprendizado sobre mim, e sobre como me colocar em primeiro lugar e me respeitar, e que eu sou a única responsável por sentir o que sinto, e também única capaz de deixar de senti-lo, e assim vou evoluindo espiritualmente e mentalmente. Não é um exercício fácil, leva um tempo pra conseguir identificar as pessoas e as situações que trigam certas emoções que não são saudáveis pra você. É um processo muito dolorido, mas é somente na dor que tiramos as melhores lições da vida, então encaro o sofrimento como meu remédio para a cura.
Minha terapia foi fundamental e me fez chegar a conclusão que sempre fui uma pessoa de suportar tudo e à todos, abraçar os problemas e me envolver, porém sem impor os limites necessários e saudáveis, e que somados às situações onde eu não controlo, foram realmente demais pra mim. A cruz foi pesada mas necessária para que eu pudesse evoluir e crescer espiritualmente e para que eu repense sobre as minhas escolhas. Somos os maiores prejudicados mas ao mesmo tempo, somos também os maiores beneficiários de tudo isso, pois crescemos.
Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. 1 Coríntios 10:13
Posso dizer que tudo isso só me tornou mais forte e coinciente de mim, do que me faz bem e dos meus limites. Pude comprovar mais uma vez que eu escolhi o homem certo pra estar ao meu lado. Meu marido, o meu amor, meu amigo, respeitou a minha dor, me abraçou, segurou as pontas e foi muito forte pra mim. Ele sofreu muito também, estava no meio do furacão, mas se manteve forte ao meu lado. Ele me ajudou a clarear alguns acontecimentos e pensamentos, e pude tomar alguma decisões importantes e voltar a cuidar de mim, da minha mente e da minha saúde. Veja, ele não foi e não é responsável por resolvê-las, ele foi uma das ferramentas, mas se EU não quisesse, nenhum esforço que ele fizesse resultaria na minha recuperação. Somente quando VOCÊ escolhe o que fazer e faz, é que a cura vem. Ele é um anjo que Deus colocou em minha vida e que constantemente ilumina o meu caminho para que eu possa enxergar com mais clareza. A cada dia que passa amo mais esse homem.
Além disso outros anjos surgiram e seguraram na minha mão. Uma delas foi a minha cunhada que esteve presente, mesmo que distante, ligando, mandando mensagens com palavras carinhosas, e mostrando o quanto me ama. Esses seres de luz, emanam amor e empatia, trazem alegria e nos ajudam a ter esperança. Nos fazem compreender que tudo isso é sim mais um capítulo da nossa história, é uma prova divina e como diz o provérbio:
"Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe".
Tudo na vida passa! Vai passar...
Embora o ano tenha sido um pouco controverso e desafiador, tivemos a alegria de ter a minha cunhada ao nosso lado agora no final do ano e posso dizer que este foi o Natal mais especial que passei em quase 7 anos de Canadá. Tê-la aqui conosco foi e está sendo um presente, toque de Deus e eu serei eternamente grata à todo esforço que ela fez para vir e estar conosco neste momento.
Como falei no início do post, a vida tem dessas coisas né?
Muitas portas se fecharam, mas muitas janelas que se abriram em minha vida e estou esperançosa para as outras que ainda se abrirão em 2023.
